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Ao analizar as provas de vestibular temos uma grande tentação: Vou abrir mão de estudar língua estrangeira e focar em outros assuntos mais cobrados. Se fizer isso cairá em uma das maiores armadilhas do vestibular ou Enem.
Primeiro, podemos dizer, que é muito mais fácil garantir 5 pontos em linguas do que nas outras áreas que têm assuntos muito mais abrangentes e complexos. Além disso, estudar línguas se resume a ler e praticar.
No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias inclui cinco questões específicas dedicadas às línguas estrangeiras – inglês ou espanhol, opção definida pelo candidato no momento da inscrição.
À primeira vista, esse número pode parecer reduzido diante das 180 questões totais do exame.
Contudo, a relevância dessas perguntas vai além da quantidade: no sistema de pontuação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), cada uma dessas questões pode valer entre 5 e 8 pontos, o que resulta em um potencial de até 40 pontos na média da área de Linguagens.
Para cursos altamente concorridos, como Medicina, Engenharia ou Direito, cujas notas de corte frequentemente ultrapassam 780 ou 800 pontos, o desempenho nesse segmento pode ser decisivo.
Errar todas essas questões compromete significativamente a pontuação final, podendo excluir o candidato da disputa, enquanto acertá-las representa uma vantagem estratégica, permitindo que o estudante se destaque em relação aos concorrentes que negligenciam essa parte da prova.

Nos vestibulares tradicionais, o peso das línguas estrangeiras também é notável, embora varie conforme a instituição. Na Fuvest, exame de acesso à Universidade de São Paulo (USP), cada questão da prova da primeira fase vale 1 ponto em um total de 90.
Considerando que entre 3 e 4 questões frequentemente envolvem inglês – seja na interpretação de textos, tradução de trechos ou análise de vocabulário –, o impacto na pontuação final é considerável.
Um desempenho fraco nessa área pode custar até 4 pontos, o que, em um processo seletivo tão disputado, frequentemente determina a classificação para a segunda fase.
Já no vestibular da Unicamp, a presença do inglês é ainda mais significativa, podendo representar até 10% da nota da primeira etapa, especialmente em questões que exigem a compreensão de textos mais longos ou a conexão com outras disciplinas, como Literatura ou História.
O espanhol, embora menos comum nos vestibulares tradicionais, assume um papel de destaque no Enem, sendo uma escolha vantajosa para candidatos com maior familiaridade com o idioma.
Sua relevância é amplificada pela proximidade cultural e geográfica do Brasil com países hispanofalantes, o que torna os textos mais acessíveis a quem está habituado ao contexto.
Ainda assim, independentemente do idioma selecionado, o cerne da questão permanece: negligenciar as línguas estrangeiras é um risco que o estudante não pode correr.
Essas questões, muitas vezes subestimadas, constituem um elemento-chave para o sucesso, funcionando como um divisor de águas entre aqueles que avançam rumo à aprovação e os que ficam pelo caminho.
A Presença de Línguas Estrangeiras no Enem e Vestibulares
No Enem,como já foi dito antes, a prova contém 5 questões que se transformam em até 40 graças ao TRI. No entanto, em uma prova tão concorrida, cada ponto é valioso, e um bom desempenho nessa área pode fazer a diferença entre a aprovação ou a reprovação.
Os textos apresentados nessas questões geralmente abordam temas atuais, como sustentabilidade, tecnologia, cultura ou direitos humanos, exigindo do estudante não apenas conhecimento básico do idioma, mas também habilidades de interpretação textual, compreensão e análise crítica, que ajudam a entender como as palavras e frases são estruturadas para transmitir significado.
Nos vestibulares tradicionais, como os da Fuvest, Unicamp e Unesp, a presença do inglês é ainda mais marcante.
A Unicamp, por exemplo, frequentemente inclui questões que demandam a tradução de trechos ou a interpretação de textos em inglês, enquanto a Fuvest pode trazer perguntas que conectam o idioma a contextos históricos ou literários.
O espanhol, embora menos comum em algumas provas, ganha destaque em vestibulares de universidades que valorizam a proximidade cultural com países hispanofalantes, além de ser uma opção no Enem.

Tipos de Conteúdos e Habilidades Mais Cobrados nas Provas de Inglês e Espanhol no Enem e Fuvest
As provas de línguas estrangeiras no Enem e na Fuvest vão além de simples tradução ou gramática; elas exigem habilidades práticas de leitura e compreensão que desafiam o candidato a interpretar textos reais.
No Enem, as cinco questões de inglês ou espanhol testam a capacidade de entender contextos, identificar ideias principais e lidar com armadilhas como falsos cognatos, tudo isso em textos curtos e atuais.
Na Fuvest, as 3 a 4 questões de inglês focam em interpretação mais detalhada, às vezes pedindo tradução ou análise de vocabulário em textos jornalísticos, literários ou acadêmicos.
Abaixo, segue uma lista dos tipos de conteúdos e competências mais cobrados, com exemplos práticos pra você visualizar como eles aparecem nas provas.
Lista de Conteúdos e Habilidades Frequentes
Interpretação de Texto
Descrição: O foco principal é entender a ideia central, o tom ou o propósito do texto (informativo, crítico, persuasivo).
Exemplo (Enem - Inglês): Um texto sobre redes sociais diz: “Social media connects people, but it also isolates them.” A questão pergunta: “Qual é o argumento principal?” Resposta: A dualidade das redes sociais.
Exemplo (Fuvest - Inglês): Um trecho de jornal: “The policy failed due to lack of funding.” Pergunta: “Por que a política falhou?” Resposta: Falta de financiamento.
Falsos Cognatos
Descrição: Palavras que parecem iguais ao português, mas têm significados diferentes, são armadilhas comuns.
Exemplo (Enem - Espanhol): “Estoy embarazada después de la fiesta.” Questão: “O que aconteceu com a autora?” Resposta: Ela está grávida (não “envergonhada”).
Exemplo (Enem - Inglês): “He left the factory after a long career.” Pergunta: “O que ‘career’ significa aqui?” Resposta: Carreira (não “carreira” como corrida).
Vocabulário Contextual
Descrição: Identificar o significado de palavras ou expressões pelo contexto, sem tradução direta.
Exemplo (Enem - Inglês): “The project aims to reduce waste.” Questão: “O que ‘waste’ significa?” Resposta: Desperdício (deduzido pelo contexto).
Exemplo (Fuvest - Inglês): “Her speech was brief but poignant.” Pergunta: “Qual o sentido de ‘poignant’?” Resposta: Comovente (pelo tom do texto).

Conectivos e Marcadores de Discurso
Descrição: Reconhecer palavras que organizam o texto, como causa, consequência ou contraste.
Exemplo (Enem - Espanhol): “No podemos avanzar sin embargo hay esperanza.” Questão: “Qual a relação entre as ideias?” Resposta: Contraste (sin embargo = entretanto).
Exemplo (Enem - Inglês): “Therefore, we must act now.” Pergunta: “O que ‘therefore’ indica?” Resposta: Consequência.
Identificação de Referências
Descrição: Entender a quem ou ao que pronomes e expressões se referem no texto.
Exemplo (Enem - Inglês): “Trees absorb CO2. This helps the planet.” Questão: “O que ‘this’ substitui?” Resposta: Absorção de CO2.
Exemplo (Fuvest - Inglês): “Shakespeare wrote it in 1603.” Pergunta: “O que ‘it’ significa?” Resposta: Uma obra (deduzida pelo contexto).
Tradução de Trechos
Descrição: Na Fuvest, às vezes é preciso traduzir uma frase ou identificar a melhor tradução entre opções.
Exemplo (Fuvest - Inglês): “The law was enacted to protect citizens.” Questão: “Qual a tradução correta?” Resposta: “A lei foi promulgada para proteger os cidadãos.”
Nota: No Enem, tradução direta é rara; o foco é na compreensão geral.
Análise de Gêneros Textuais
Descrição: Diferenciar tipos de texto (notícia, propaganda, poema) e seus objetivos.
Exemplo (Enem - Espanhol): Um anúncio: “¡Viaja ya con nosotros!” Questão: “Qual o propósito do texto?” Resposta: Convidar para uma viagem.
Exemplo (Fuvest - Inglês): Um poema: “The wind whispers secrets.” Pergunta: “Qual é o tom?” Resposta: Poético e misterioso.
A maioria das provas e concursos que cobram línguas tem questões mapeadas e estruturas pré definidas, tornando ainda mais fácil gabaritar a prova, desde que se pratique bastante as questões.
Por que Inglês e Espanhol São Escolhidos?
O inglês é a língua mais presente globalmente, sendo amplamente utilizada em artigos acadêmicos, filmes, músicas e plataformas digitais.
Já o espanhol, além de ser o idioma de países vizinhos ao Brasil, como Argentina, Paraguai e Uruguai, é a segunda língua mais falada no mundo em número de falantes nativos.
No contexto do Enem, a escolha entre inglês e espanhol reflete não apenas a preferência pessoal do aluno, mas também sua preparação prévia.
Dados do Ministério da Educação (MEC) indicam que cerca de 70% dos candidatos optam pelo inglês, enquanto 30% escolhem o espanhol, muitas vezes influenciados pela percepção de que o espanhol é “mais fácil” por sua semelhança com o português.
No entanto, essa facilidade pode ser ilusória, já que a prova exige vocabulário específico, gramática e contexto cultural, áreas que demandam estudo direcionado.

Por língua estrangeira é tão importante para aprovação?
As línguas estrangeiras aparecem na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do Enem. Você escolhe entre inglês ou espanhol no momento da inscrição e, acredite, essa escolha pode representar uma diferença de até 8% na sua média final.
Impacto Real na Pontuação

Em cursos como Medicina, Direito ou Engenharia, onde as notas de corte ultrapassam os 780 pontos, errar essas cinco questões pode custar a sua vaga.
👉 Dica: Confira a lista de matérias de inglês e a lista de matérias de espanhol organizadas pelo Clique Vestibular.
Benefícios do Domínio das Línguas Estrangeiras
Além da pontuação direta, o domínio de outro idioma melhora seu desempenho geral. Veja a tabela:

Estratégias Eficientes para Gabaritar as 5 Questões
Não dá pra depender de sorte. Você precisa de método.
Plano de Estudo Inteligente
1.Leitura Ativa
Leia textos em inglês ou espanhol sobre temas atuais.
2.Questões Comentadas
Faça provas anteriores e revise os erros com atenção.
3.Vocabulário Estratégico
Construa um glossário pessoal com palavras como:
Actually (na verdade)
However (contudo)
Embarazada (grávida)
Mayor (prefeito ou mais velho, dependendo do contexto)
4.Simulados Cronometrados
Treine com tempo controlado para simular o ambiente da prova.
5.Recursos Multimídia
Vídeos, músicas e podcasts com legenda são ótimos para fixar estruturas.
Erros Comuns:
Falsos cognatos: palavras parecidas com o português, mas com significado diferente.
Chutes aleatórios: caem mal na TRI e reduzem sua média.

Soluções práticas:
Crie glossários visuais.
Aplique a técnica de repetição espaçada (spaced repetition).
Estude com questões interdisciplinares que envolvem temas de Geografia, História e Atualidades.
Comparativo Real: João x Maria
Imagine dois candidatos disputando uma vaga em Engenharia, cuja nota de corte é 760:S

💡 Moral da história: 32 pontos de diferença só nas línguas.
Saber outro idioma também:
Enriquece o repertório sociocultural.
Melhora a interpretação de textos em áreas como Geopolítica, Economia, Sustentabilidade e Direitos Humanos.
Aumenta suas chances de acerto em questões interdisciplinares.
Conclusão
O domínio das línguas estrangeiras, como inglês e espanhol, transcende a simples obrigatoriedade nas provas do Enem e vestibulares; ele se configura como um fator estratégico para a aprovação em cursos concorridos.
No Exame Nacional do Ensino Médio, as cinco questões dedicadas a esses idiomas podem somar até 40 pontos na média da área de Linguagens, um incremento que, em um cenário de notas de corte elevadas – frequentemente acima de 780 pontos para Medicina, Engenharia ou Direito –, torna-se decisivo para o sucesso ou a eliminação do candidato.
Nos vestibulares tradicionais, como Fuvest e Unicamp, o peso do inglês reforça ainda mais essa relevância, influenciando diretamente a classificação em processos seletivos disputados.
A preparação para essas questões exige mais do que conhecimento superficial; demanda estratégias consistentes, como leitura ativa, resolução de provas anteriores e domínio de vocabulário contextual, além de atenção a armadilhas como falsos cognatos.
Além do impacto imediato na pontuação, o aprendizado de outro idioma enriquece o repertório sociocultural e amplia as competências interdisciplinares, favorecendo a interpretação de questões que conectam língua a temas como Geografia, História e Atualidades.
Portanto, subestimar as línguas estrangeiras é um erro que pode custar caro. Seja inglês ou espanhol, o investimento em sua mastery não apenas assegura pontos cruciais, mas também prepara o candidato para vencer concursos e vestibulares.
Com dedicação e método, essas cinco questões deixam de ser um obstáculo e passam a ser a chave para abrir as portas da aprovação. Que o esforço de hoje seja o passaporte para o sucesso amanhã.
Evite lamentar por perder a vaga por tão pouco, dedique pelo menos 3 horas por mês para essas questões, é melhor pecar pelo excesso que lamentar perder a vaga por tão pouco.