Bandeira da Grã-Bretanha

Qual é a Diferença Entre Inglês Britânico e Americano?

No cenário global, o inglês se tornou a língua mais falada em praticamente todos os contextos: negócios, educação, entretenimento e tecnologia. No entanto, ao aprender inglês, surge a pergunta: qual variação escolher? 

O inglês britânico e o inglês americano compartilham raízes, mas ao longo dos séculos, diferenças culturais, históricas e geográficas levaram à evolução de duas formas distintas de falar o idioma.

Essa escolha não apenas afeta como você aprende, mas também como você aplica o idioma em diferentes contextos profissionais e sociais. 

Para muitos alunos, conhecer as variações entre as duas versões do inglês é essencial para melhorar sua compreensão e fluência, além de facilitar a comunicação com falantes nativos de diferentes regiões.

Professora escrevendo na lousa

Principais Diferenças Entre Inglês Britânico e Americano

Vamos aprofundar as cinco principais áreas de variação entre o inglês britânico e o americano.

1. Ortografia

As diferenças ortográficas são as primeiras a serem notadas ao comparar o inglês britânico e americano. 

Um dos motivos históricos para essas variações foi a tentativa de simplificar o idioma por parte de lexicógrafos como Noah Webster, no início do século XIX, nos Estados Unidos. 

Ele acreditava que a ortografia britânica era excessivamente complexa e procurou remover letras desnecessárias para facilitar a escrita e leitura.

Por exemplo, palavras que no inglês britânico terminam em "-our", como "favour" e "neighbour", são simplificadas para "favor" e "neighbor" no inglês americano. 

Esse mesmo princípio de simplificação se aplica a palavras com o sufixo "-ise", que se tornam "-ize" nos Estados Unidos, como:

1. Realise (Britânico) → Realize (Americano)

2. Apologise (Britânico) → Apologize (Americano)

Essas diferenças não afetam o significado das palavras, mas podem causar confusão ao se escrever ou ler em ambientes internacionais. Muitos softwares, por exemplo, podem ser configurados para o inglês britânico ou americano, dependendo do público-alvo. 

Além disso, ao escrever em inglês para exames internacionais, é importante saber qual versão de ortografia é exigida para não perder pontos.

Outro exemplo menos conhecido é o uso de palavras com "-ogue", como "catalogue" (britânico) e "catalog" (americano). No inglês americano, a simplificação da ortografia elimina o "ue", tornando a escrita mais concisa. 

Isso pode confundir quem não está familiarizado com essas variações, especialmente ao consultar materiais de estudo ou até mesmo manuais técnicos.

Além das simplificações, algumas palavras no inglês britânico possuem grafias que podem parecer antiquadas ou formais para falantes de inglês americano, como "theatre" (britânico) versus "theater" (americano), ou "centre" versus "center"

Em contextos acadêmicos ou profissionais, é fundamental seguir a variante usada no país de destino ou pela instituição.

2. Pronúncia

A pronúncia é outra área onde as diferenças entre o inglês britânico e americano se tornam evidentes. Em uma simples conversa com um falante nativo de inglês, é possível identificar de qual variante ele é com base no sotaque e na entonação.

Uma das características mais notáveis é como a letra "R" é pronunciada em diferentes contextos. No inglês britânico, particularmente na variante conhecida como Received Pronunciation (RP), a letra "R" não é pronunciada no final de uma sílaba ou palavra. 

Em palavras como "car" ou "mother", a letra "R" praticamente desaparece. No inglês americano, entretanto, o "R" é sempre claramente pronunciado, como em "car" (americano: "kaar").

Outra diferença pronunciada é como as vogais são acentuadas. Em muitas palavras, a pronúncia britânica tende a usar um som de vogal mais longo e aberto, enquanto a pronúncia americana prefere um som mais curto e fechado. Isso pode ser ouvido em palavras como:

1. Dance (Britânico: "daahns") → (Americano: "dæns")

2. Bath (Britânico: "baahth") → (Americano: "bæth")

Essas variações impactam diretamente a compreensão auditiva dos alunos de inglês. Ao assistir a filmes ou séries, é possível que os alunos tenham mais dificuldade em entender certos sotaques regionais ou termos quando estão acostumados apenas com uma variante.

3. Vocabulário

O vocabulário é, provavelmente, o aspecto mais divertido e curioso das diferenças entre o inglês britânico e americano. Muitas palavras comuns são diferentes em cada variante, e às vezes, a mesma palavra pode ter significados totalmente distintos.

Vamos aprofundar mais alguns exemplos:

1. Rubber (Britânico) → Eraser (Americano). Nos Estados Unidos, "rubber" é uma gíria para preservativo.

2. Boot (Britânico) → Trunk (Americano). Refere-se ao compartimento traseiro de um carro.

3. Jumper (Britânico) → Sweater (Americano). Refere-se a uma peça de roupa.

Além dessas, existem diferenças ainda mais sutis, como o uso de palavras para descrever o transporte público. No Reino Unido, é comum dizer "tube" para o metrô, especialmente em Londres, enquanto nos Estados Unidos, a palavra "subway" é muito utilizada.

Bandeira da Grã-Bretanha

Outra curiosidade é o uso da palavra "biscuit". No Reino Unido, "biscuit" se refere a algo doce e crocante, como os biscoitos. Nos Estados Unidos, "biscuit" é um tipo de pão macio, geralmente servido no café da manhã.

Essas variações podem ser desafiadoras para alunos que estão começando a aprender inglês, especialmente ao usar materiais de estudo de diferentes países. 

No entanto, é importante ter em mente que aprender as duas versões aumenta sua fluência e permite que você se comunique de forma mais eficaz com pessoas de diferentes regiões.

4. Gramática

Embora as regras gramaticais entre o inglês britânico e americano sejam bastante similares, existem algumas variações sutis que podem impactar como os alunos aprendem o idioma. Essas diferenças aparecem principalmente no uso dos tempos verbais e preposições.

Uma diferença comum está no uso do presente perfeito. No inglês britânico, é comum usar o presente perfeito para descrever ações que ocorreram recentemente, enquanto no inglês americano o pretérito simples muitas vezes é usado em seu lugar:

1. I've just eaten (Britânico) → I just ate (Americano)

Além disso, as preposições também variam entre as duas versões. No inglês britânico, é comum dizer "at the weekend", enquanto no inglês americano a frase seria "on the weekend"

Esse tipo de variação é mais comum em expressões idiomáticas e na linguagem do dia a dia.

Outro exemplo são os verbos modais, como shall e will. No inglês britânico, "shall" é frequentemente usado para indicar intenção ou sugestões no futuro, enquanto no inglês americano, "will" é mais comumente utilizado.

2. Shall we go to the cinema? (Britânico) → Should we go to the movies? (Americano)

A gramática é, sem dúvida, uma área onde os estudantes precisam prestar atenção às diferenças para evitar confusões, especialmente em exames internacionais ou ao interagir com falantes de diferentes variantes.

5. Expressões e Gírias

As expressões idiomáticas e as gírias variam bastante entre o inglês britânico e o americano, e refletem as culturas distintas de cada país. Expressões populares nos Estados Unidos podem ser completamente desconhecidas no Reino Unido e vice-versa.

No inglês britânico, por exemplo, a expressão "Bob's your uncle" é muito utilizada para indicar que algo é simples ou fácil de fazer. 

Já no inglês americano, expressões como "hit the road" (partir) ou "break a leg" (boa sorte) são muito comuns e frequentemente ouvidas no dia a dia.

Professor segurando uma bandeira da Grã-Bretanha

Além disso, o uso de gírias em inglês entre os jovens varia bastante entre os dois países. No Reino Unido, é comum ouvir expressões como "chuffed" (feliz), "gutted" (decepcionado) ou "knackered" (cansado). 

Já nos Estados Unidos, expressões como "lit" (algo incrível ou empolgante) ou "savage" (pessoa destemida ou que faz algo impressionante) são frequentemente usadas entre os jovens, especialmente com a popularidade das redes sociais. 

Essas gírias não apenas diferem entre as variações do idioma, mas também mudam rapidamente, refletindo, assim, as tendências culturais e influências da mídia em cada região.

É importante, ao aprender inglês, estar atento ao uso de gírias e expressões idiomáticas, pois elas podem variar não apenas entre os países, mas também entre diferentes gerações. 

Uma gíria que é popular entre adolescentes no Reino Unido pode não ter o mesmo significado entre adultos. Para estudantes de inglês, isso significa que, ao consumir conteúdo em inglês, é essencial prestar atenção ao contexto cultural e social em que essas expressões são usadas.

Outro exemplo interessante de expressões divergentes é o uso de frases relacionadas a direções ou transporte. No Reino Unido, a expressão "mind the gap" é muito usada no metrô de Londres para alertar os passageiros sobre o espaço entre o trem e a plataforma. 

Nos Estados Unidos, essa frase não é comumente usada, e a versão mais próxima seria "watch your step" ou "watch the gap".

Essa diversidade nas expressões idiomáticas reflete as diferenças culturais entre o Reino Unido e os Estados Unidos e destaca a importância de aprender não apenas o vocabulário, mas também o contexto cultural que envolve o idioma.

Como Essas Diferenças Podem Impactar Seu Aprendizado?

As diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano podem parecer pequenas à primeira vista, mas elas podem ter um grande impacto na maneira como você aprende e aplica o idioma. 

Para quem está começando, pode ser útil escolher uma variação para focar inicialmente, já que isso evitará confusão entre regras gramaticais, ortográficas e de pronúncia. 

No entanto, à medida que você avança no aprendizado, expor-se a ambas as variantes é significativamente benéfico.

Alunos que planejam estudar ou trabalhar em um país específico, como os Estados Unidos ou o Reino Unido, devem prestar atenção à variante predominante nessa região para garantir que seu uso do idioma seja apropriado ao ambiente.

Por exemplo, se você está aprendendo inglês para estudar em uma universidade britânica, é essencial se familiarizar com o inglês britânico, especialmente em termos de gramática e ortografia. O mesmo vale para quem deseja trabalhar nos Estados Unidos.

Além disso, ao assistir a filmes, séries ou ler livros, as diferenças entre as variantes podem confundir os alunos. 

Um estudante que se acostumou ao inglês americano pode achar difícil entender filmes britânicos devido ao sotaque e ao uso de expressões idiomáticas que são diferentes das americanas. 

No entanto, essa exposição é extremamente valiosa para aumentar sua compreensão auditiva e expandir seu vocabulário de forma natural.

Mulher segurando livros

Dicas Para Aprender Inglês Britânico e Americano

Aqui estão algumas dicas adicionais para melhorar suas habilidades em ambas as variantes:

1. Exponha-se a Ambos

Uma das maneiras mais eficazes de aprender as duas variantes é se expor ao máximo de conteúdo possível. Isso inclui filmes, séries, podcasts e música de ambos os países. 

Ao fazer isso, você será capaz de reconhecer padrões de pronúncia, vocabulário e expressões idiomáticas que variam entre o inglês britânico e americano.

Além disso, assistir a vídeos educacionais de fontes específicas de cada país, como BBC Learning English (Reino Unido) e Voice of America (Estados Unidos), permitirá que você pratique escuta ativa com sotaques diferentes. 

Ao usar legendas em inglês, você pode melhorar a associação entre som e escrita, facilitando o aprendizado de novos vocabulários e expressões.

2. Use Recursos Educacionais Que Oferecem Opções de Variantes

Muitos aplicativos de aprendizado de idiomas, como Babbel e Duolingo, oferecem a opção de escolher entre inglês britânico ou americano, e permitem que os alunos foquem em uma variante específica. 

Essas plataformas também adaptam a ortografia e o vocabulário com base na variante escolhida, o que ajuda a manter a consistência no aprendizado.

Existem também dicionários online que permitem visualizar as duas versões de uma palavra simultaneamente, como o Oxford English Dictionary e o Cambridge Dictionary, que mostram a ortografia, a pronúncia e o uso de ambas as variantes lado a lado.

3. Pratique Regularmente com Falantes Nativos

Para praticar a pronúncia e o uso correto das expressões idiomáticas e gírias, é importante falar regularmente com falantes nativos de ambas as variações. 

Isso pode ser feito por meio de aplicativos de troca de idiomas como Tandem ou HelloTalk, que conectam alunos a falantes nativos do inglês britânico e americano.

Ao praticar com nativos, peça feedback sobre sua pronúncia e uso de palavras, e tente ajustar seu sotaque e vocabulário para se adaptar ao estilo de quem você está conversando. 

Isso não apenas melhora sua pronúncia e suas habilidades de comunicação, mas também aumenta sua confiança ao falar.

4. Leia e Escreva em Ambos os Idiomas

Outra maneira eficaz de dominar as duas variantes é praticar a leitura e a escrita em inglês britânico e americano. Experimente ler livros e artigos de autores do Reino Unido e dos Estados Unidos para perceber as diferenças de estilo, ortografia e gramática. 

Ler jornais britânicos, como The Guardian e The Telegraph, bem como jornais americanos, como The New York Times e The Washington Post, também pode ser uma excelente forma de aprender novas palavras e expressões em cada variação.

Praticar a escrita em ambas as variantes também é útil para estudantes que precisam se comunicar com diferentes públicos. Tente escrever pequenos textos seguindo as regras de cada idioma, e, ao fazer isso, foque nas particularidades de ortografia e gramática.

5. Participe de Fóruns e Comunidades Online

Muitas comunidades online permitem que você interaja com falantes nativos de ambas as variantes de inglês. 

Participar de fóruns como o Reddit (em subreddits dedicados ao aprendizado de inglês) ou Discord, em servidores dedicados ao aprendizado de idiomas, pode ser uma ótima maneira de absorver as diferenças entre as duas variantes em contextos reais. 

Além disso, você pode fazer perguntas sobre gírias, expressões idiomáticas e até mesmo diferenças culturais entre o inglês britânico e americano.

Aluna escrevendo na lousa

Conclusão

Dominar as diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano é uma habilidade valiosa para qualquer estudante de idiomas, principalmente para aqueles que planejam usar o inglês em contextos internacionais. 

Cada variação tem suas próprias características, e aprender essas nuances oferece uma maior compreensão do idioma na totalidade. 

Desde variações de ortografia e pronúncia até diferenças no vocabulário, gramática e expressões idiomáticas, ambos os idiomas oferecem desafios e oportunidades de aprendizado únicos.

Para aqueles que desejam alcançar a fluência em inglês, a exposição a ambas as versões é fundamental. 

Além disso, praticar com falantes nativos, usar recursos educacionais adequados e consumir conteúdo cultural de ambos os países ajudará você a desenvolver habilidades sólidas e versáteis no idioma. 

Com o tempo, a familiaridade com as duas variações permitirá que você se comunique de forma eficaz, independentemente de onde estiver ou com quem estiver falando.

Quer dominar o inglês? Aprender as diferenças entre essas variantes do inglês é essencial para se destacar no cenário global. Se você deseja melhorar sua fluência, aumentar seu vocabulário e se preparar para oportunidades internacionais, entre em contato conosco! 

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Professora KNN Suellen Ferreira

Suellen Ferreira

21 publicações

Sobre o autor

Living the Road, loving the journey desde 2020, Suellen ama transformar a vidas de alunos, colaboradores e consequentemente a sua própria com o poder do idioma!

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